domingo, 22 de abril de 2012

Era menina.


Eu era muitas. Ali, sentada na varanda, espiando a noite que passa, eu era dura. Era menina que chora e pede colo de Deus também. Era menina esvoaçante, cheia das vontades e abundantes quereres.

Era menina matreira, carregada de medos e sonhos grandões. Era menina que se cuida e se arrisca, menina que mede os passos e que se joga. Menina que morde, menina que assopra. Eu era muitas.
Ali, sentada na varanda, espiando a noite que passa, eu era firme. Era menina que estende os braços e abriga as pessoas com um sorriso. Era menina danada, cheia de palavras boas e bem-querer.

Era menina moleca, carregada de amor e de ilusões. Era menina que chora e aplaude, menina que pisa na bola e que sorri. Menina que chora, menina que vibra.

Eu era muitas. Ali, sentada na varanda, espiando a noite que passa, escolhendo a menina que caberia em mim.

Hoje eu tô pra menina semeadora do bem. Plantando sonhos nos quintais dos Homens.
 


(Cris Carvalho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário