Eu era muitas. Ali, sentada na
varanda, espiando a noite que passa, eu era dura. Era menina que chora e pede
colo de Deus também. Era menina esvoaçante, cheia das vontades e abundantes
quereres.
Era menina matreira, carregada
de medos e sonhos grandões. Era menina que se cuida e se arrisca, menina que
mede os passos e que se joga. Menina que morde, menina que assopra. Eu era
muitas.
Ali, sentada na varanda,
espiando a noite que passa, eu era firme. Era menina que estende os braços e
abriga as pessoas com um sorriso. Era menina danada, cheia de palavras boas e
bem-querer.
Era menina moleca, carregada de amor e de ilusões. Era menina que chora e aplaude, menina que pisa na bola e que sorri. Menina que chora, menina que vibra.
Eu era muitas. Ali, sentada na varanda, espiando a noite que passa, escolhendo a menina que caberia em mim.
Hoje eu tô pra menina semeadora do bem. Plantando sonhos nos quintais dos Homens.
(Cris Carvalho)
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